Oficina Design de Serviços identifica problemas estratégicos e produz soluções

7 de novembro de 2022 - 14:13 # # #

Texto: Juliana Marques | Fotos Ariane Cajazeiras


Equipe do Felicilab promove Oficina de Design de Serviços com colaboradores da ESP/CE, na Biblioteca Pública do Estado do Ceará

A Oficina de Design de Serviços é uma metodologia que induz uma análise colaborativa na qual trabalhadores de instituições assumem o protagonismo para identificar as causas de desafios laborais.

A atividade alia ferramentas do Design Thinking, processo originado da área do Design e adaptado às empresas para oferecer produtos e serviços conforme a real necessidade dos clientes, somado à escuta qualificada. A estratégia também busca promover mudanças para melhorar o desempenho dos setores.

Escola de Saúde Pública do Ceará Paulo Marcelo Martins Rodrigues (ESP/CE), autarquia vinculada à Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), por meio do Laboratório de Inovação (Felicilab), realiza a oficina em instituições públicas e privadas que precisam de consultoria para mapeamento, priorização e superação de seus problemas.

Metodologia

O trabalho é feito por meio de ferramentas metodológicas já consolidadas por outros acadêmicos, com base na lógica do Design Thinking, e também com novas técnicas desenvolvidas pela equipe do Felicilab.

“A gente primeiro se reúne para entender quais são as necessidades da empresa ou instituição. Depois, desenhamos uma metodologia para os encontros das oficinas, que precisam ser divididas em etapas. Cada um desses momentos têm objetivos específicos e seguem a lógica do Design Thinking”, explica o designer Jorge Godoy.

“A ideia é que a gente crie e valide horizontes por meio de momentos de divergência, em que todos falam o que pensam sobre o assunto, e de convergência, momento de afunilar as ideias para fazer escolhas em comum acordo”, detalha.

Ainda segundo o profissional, para facilitar a compreensão, é possível fazer uma analogia às dores que sentimos em nosso corpo. “Da mesma forma quando a gente vai ao dentista e dizemos que estamos com o dente doendo e ele diz que você precisa fazer um canal. Entendemos que, na verdade, a dor de dente não é um problema e sim uma consequência de algo ainda maior. Então, a oficina faz isso, uma anamnese institucional: organiza o que de fato é o desafio para que depois se organize, em coletivo, quais as prioridades de resolução”, complementa.

Na prática

Ao longo dos meses de maio e junho deste ano, a Oficina de Design de Serviços foi aplicada na ESP/CE. A iniciativa foi dividida em três momentos: pré-oficina, oficina e pós-oficina. A metodologia ajudou a mapear os principais desafios da instituição, suas causas e consequências, além de atribuir a “intensidade da dor” e seus possíveis agravamentos com o passar do tempo.

Inicialmente, os trabalhadores da Escola foram agrupados pelos eixos estratégicos da autarquia, como Governança e Gestão, Educação e Extensão, Desenvolvimento Educacional, Inteligência em Saúde, Pesquisa em Saúde e Inovação e Tecnologia.

Os profissionais partilharam seus desafios atuais e, a partir disso, foi montada a metodologia conhecida como a Árvore dos Problemas, método para organizar e diagnosticar se, de fato, são problemas ou consequências de uma causa ainda não identificada.

Em seguida, a oficina listou os desafios identificados em um ranking avaliando a gravidade, a urgência e a tendência de cada um. Foi possível, então, detectar as relações entre os problemas de cada área que tivessem causas e categorias em comum. Essa sistematização recebeu o nome de Árvore Situacional da ESP.


Última etapa da oficina teve a participação de de colaboradores de diversos setores da Escola

Com o banco de problemas transversais unificados e categorizados, houve o direcionamento de macroprocessos correspondentes às áreas com maiores competências para possíveis soluções.

De acordo com o superintendente da ESP/CE, Marcelo Alcantara, a oficina foi importante para aprimorar a execução, sobretudo das prioridades elencadas no decorrer dos encontros.

“Isso tudo vai fazer parte de um relatório final de gestão, no qual esses diagnósticos vão ser aprofundados nas prioridades. Esses encaminhamentos resultarão em um produto a ser aplicado pela Escola, com todos que participaram, e será a base de finalização da gestão e início de um novo ciclo, a partir do próximo governo”, afirma.

A oficina na ESP/CE foi finalizada na Biblioteca Pública do Estado do Ceará e reuniu representantes de todos os setores da Escola. Confira o resultado.